Vereador critica proibição da realização de tradicional Feira Agroecológica

por Clarisse Oliveira publicado 15/10/2019 14h45, última modificação 15/10/2019 14h45
Colaboradores: Fotos Olenildo Nascimento
Segundo Marcos Henriques (PT), a feira, que acontece desde 2013, foi impedida pela Prefeitura de continuar a ser realizada, sem diálogo e sem outras alternativas

O vereador Marcos Henriques (PT) criticou a proibição, por parte da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), da realização da Feira Agroecológica que acontece desde 2013 no Ponto de Cem Réis e na Praça 1817, no Centro da cidade. O parlamentar foi o segundo orador a se pronunciar na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta terça-feira (15).

De acordo com Marcos Henriques, há cinco anos a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb) autoriza o uso do solo para a realização do evento, mas, no começo de outubro, informou que não poderia mais autorizar. “De forma unilateral, a Sedurb rejeitou a solicitação de autorização, justificando que cumprem um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP). No entanto, acredito que o MP não iria autorizar uma desocupação sem chamar as partes para negociar”, afirmou.

O parlamentar destacou a importância da agricultura familiar e da Feira Agroecológica para João Pessoa. “Muita gente deixou de vir para as cidades grandes por conta da agricultura familiar. Esta também é uma forma de combater o uso de agrotóxicos, combate que vem se fortalecendo a partir de demandas da população. Essa experiência contribui para o melhoramento da cultura alimentar da população, da educação ambiental e para o fortalecimento da renda dos agricultores”, defendeu.

Marcos Henriques lembrou ainda que a Feira Agroecológica acontecia apenas duas vezes por mês, mas é o meio de subsistência de várias pessoas. Ele ainda solicitou que a Prefeitura da Capital dialogue com os agricultores e encontre uma alternativa para a continuidade do evento.

“É preciso dar o direito às pessoas de se expressarem, de dizerem o porquê daquela feira ser importante para a cidade. São trabalhadores pacíficos, que buscam o diálogo. A Prefeitura precisa enxergar que os pequenos comerciantes não são inimigos, nem adversários, e apresentar uma proposta viável, que assegure a continuidade da feira. As pessoas que estão ali são pais e mães de família, que precisam vender seus produtos, que querem evitar o êxodo rural e querem respeito por parte da Prefeitura”, enfatizou o petista.

A vereadora Sandra Marrocos (PSB) concordou com o pronunciamento de Marcos Henriques (PT). “Gostaria de me solidarizar com os trabalhadores e trabalhadoras rurais que participam da feira, e parabenizar Vossa Excelência pela sensibilidade em trazer a temática para cá. Uma das maiores dificuldades deles é escoar a produção. A feira é algo que contribui para a permanência do trabalhador e da trabalhadora no campo e traz para a cidade uma produção de qualidade, sem agrotóxicos. É uma combinação muito boa”, avaliou a vereadora.