Vereador de oposição elogia obra de revitalização da Lagoa, mas cobra apuração de indícios de irregularidades

por Damião Rodrigues — publicado 13/06/2016 21h00, última modificação 16/07/2019 14h00
Após reconhecer importância da ação, Bruno Farias (PPS) cobra continuidade na apuração de possíveis irregularidades apontadas em relatório da Controladoria Geral da União (CGU).

O vereador Bruno Farias (PPS) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta terça-feira (14), para exaltar as obras de requalificação e revitalização da Lagoa do Parque Solon de Lucena. Além de elogiar a ação, o parlamentar também cobrou continuidade na apuração de possíveis irregularidades na obra apontadas em relatório da Controladoria Geral da União (CGU).

“Não poderia deixar de falar no tema que toma conta de toda a cidade. Não tenho dificuldade de reconhecer o valor de uma obra em benefício da população, portanto, não posso deixar de reconhecer a relevância de uma obra como a requalificação e revitalização da nossa Lagoa, tão decantada por poetas e compositores. Sem dúvidas, uma obra de vital importância para o lazer, o entretenimento e a cultura da nossa sociedade. Não há como ser contra a beleza da Lagoa, um espaço para contemplação”, enalteceu o parlamentar.

O vereador não deixou de destacar que existem desconformidades em relação ao projeto original, que, segundo ele, foram justificadas pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) sob a alegação de que houve restrições dos órgãos de fiscalização do patrimônio histórico. Para o vereador, houve falhas no planejamento, sobretudo em relação à falta de estacionamento. “Mas, tudo isso é menor em relação ao símbolo em si”, enfatizou.

Irregularidades

Bruno Farias também lembrou que pairam sobre a obra de revitalização da Lagoa indícios de irregularidades evidenciadas por um relatório apresentado pela Controladoria Geral da União (CGU).

“Por mais importante que a obra seja, não podemos ignorar, desconhecer, ou fechar os olhos para os indícios de desfalque de dinheiro público, conforme apontado em relatório da CGU. Precisamos de zelo e cuidado na aplicação dos recursos públicos. Existe a necessidade de investigação dos desvios apresentados. Além disso, são mais de 200 mil toneladas de lixo retiradas da Lagoa que ninguém sabe onde foram depositadas, ninguém viu as 12 mil viagens ao aterro sanitário da cidade. Não podemos nos diminuir enquanto cidadãos, porque a cidadania exige fiscalização”, defendeu Bruno Farias.

De acordo com o vereador, é necessário que haja uma investigação apurada do caso, se não pela CMJP, que não acatou o pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para fiscalizar as referidas obras, pelos órgãos oficiais de fiscalização, como a CGU, o Tribunal de Contas (TCE) e o Ministério Publico (MP). “Todos os envolvidos nas irregularidades devem ser punidos com o rigor e a severidade do ordenamento jurídico”, arguiu.

O vereador ainda observou que a obra de revitalização da Lagoa resolveu o problema de alagamento que existia na região, mas deslocou o problema para outra área, a Rua Padre Azevedo, que, segundo ele, transborda após algumas chuvas. Bruno Farias afirmou que o túnel de escoamento da Lagoa para o Rio Sanhauá não foi construído adequadamente. “O túnel para no meio do caminho, porque encontra uma galeria com um diâmetro menor, e isso impossibilita a vazão correta das águas, que deveriam escoar pelo canal. A água quando chega ao afunilamento dá retorno, e coloca a vida das pessoas da região em risco”, finalizou.