Vereador discursa contra aprovação do serviço terceirizado
“Hoje os trabalhadores e trabalhadoras do país amanhecem com o sentimento de traição da classe política contra os seus direitos”, afirmou Marcos Henriques (PT) em pronunciamento na sessão ordinária desta quinta-feira (23), da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). O parlamentar se referiu à aprovação, pela Câmara dos Deputados, na noite desta quarta-feira (22), do Projeto de Lei (PL4302/2017), de autoria do Governo Federal, que permite o uso da terceirização em todas as áreas da empresa.
Para Marcos Henriques, a aprovação da medida vai prejudicar o direito dos trabalhadores. “As terceirizações são uma das piores decisões que já foram tomadas em toda nossa história republicana, tendo em vista que deve ceifar milhares de empregos e contribuir para reduzir a renda média do trabalhador”, afirmou.
O parlamentar destacou que, além dos salários serem 24% menores, o empregado terceirizado trabalha três horas a mais por semana do que um trabalhador contratado e, com mais gente fazendo jornadas maiores, deve cair o número de vagas de emprego em todos os setores.
Se considerarmos que os terceirizados trabalham mais e ganham menos, (termos) mais terceirizados representará menos postos de trabalho e salário menor. O único objetivo para a aprovação dessa lei é o aumento do lucro dos empresários
A vereadora Sandra Marrocos e o vereador Tibério Limeira (ambos PSB) se acostaram ao pronunciamento de Marcos Henriques. “Esse projeto, sendo aprovado de forma ampla, traz a retirada de direitos historicamente adquiridos pelos trabalhadores. Traz, ainda, a diminuição e, a longo prazo, a extinção dos concursos públicos”, afirmou Sandra.
Já o vereador Lucas de Brito (PSL) divergiu do posicionamento do vereador petista. “Parabenizo o vereador pelo discurso ideológico, mas discordo 100%. Os ex-presidentes Lula e Dilma não podem concordar com esse discurso, pois foi no governo petista que colocaram empresas terceirizadas para administrarem hospitais. Foi no governo de Ricardo Coutinho que a administração do Hospital de Trauma passou para a Cruz Vermelha. Sou da ótica que a terceirização é uma tendência de modernização. Precisamos conferir mais liberdade à iniciativa privada em busca da eficiência”, defendeu.