Vereador é contra “intervenção branca” do Executivo para banir CPI da Lagoa

por Haryson Alves — publicado 09/03/2016 21h00, última modificação 16/07/2019 13h16
Renato Martins (PSB) salientou a independência dos Poderes e pressionou a prestação de contas das obras de intervenção no Parque Solon de Lucena

Renato Martins (PSB) reforçou que não pode existir “intervenção branca” do Executivo no Legislativo a ponto de inibir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Além disso, ele destacou que é dever da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) discriminar para onde foi o valor investido na intervenção do Parque Solon de Lucena, a Lagoa.

O assunto veio à tona no discurso do parlamentar, na sessão ordinária desta quinta-feira (10), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), devido à repercussão referente aos pedidos de instauração de CPIs pelas bancadas oposicionista e situacionista, nesta semana.

Na ocasião, Renato citou dois pontos como absurdos. “Um é a intervenção branca do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) no Poder Legislativo, pois esta Casa é um poder, uma entidade equivalente ao Executivo”, afirmou o vereador. O parlamentar disse ainda que seria um ato muito grave haver interferência do prefeito para inibir a CPI da Lagoa.

Outro ponto, apontado por Renato como um erro ainda maior do que a suposta intervenção, seria a PMJP não assumir para onde foi o dinheiro das obras da Lagoa. “Se a Prefeitura não quer ser investigada e não quer dar respostas, significa que ela reconhece que há problemas”, argumentou o socialista.

Segundo o parlamentar, a CGU deu o direito de resposta à PMJP e taxou de inconsistentes as justificativas obtidas. “Houve superfaturamento, pois a CGU apontou um desvio de R$ 5,97 milhões no transbordo do sedimento mole da Lagoa. O órgão fez uma análise séria e técnica com engenheiros do Exército. A CGU não recomendou, tecnicamente provou que houve desvio sim”, atestou o que indicou como veracidade científica dos fatos.

Renato Martins ainda afirmou que os engenheiros que analisaram o túnel da Lagoa disseram que, só nessa parte da obra, sumiram mais de R$ 3 milhões.

“Ninguém viu a máquina que dizem ter trabalhado nas ações do túnel. Quem licitou a obra foi a PMJP. Agora, precisamos apurar os fatos. Quem tiver sua defesa traga evidências, testemunhas, provas, etc.”, comentou o parlamentar.