Vereador lamenta morte de motoboy e pede justiça
O vereador Bruno Farias (Cidadania) lamentou a morte e se solidarizou com a família do motoboy Kelton Marques, morto por um atropelamento na madrugada do último sábado (11). Durante pronunciamento na sessão desta terça-feira (14), da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), Bruno Farias ainda pediu justiça e ressaltou a importância de campanhas de conscientização mais rígidas contra a violência no trânsito.
O parlamentar explicou que o empresário avançou o sinal vermelho a 163 km/h quando atingiu Kelton Marques, trabalhador de 33 anos, pai de duas filhas, que estava em seu terceiro turno de trabalho com entregas de delivery e não conseguiu retornar para casa na madrugada.
“A população acordou impactada. Chocada com um assassinato ocorrido na avenida conhecida como o Retão de Manaíra. Recebendo um impacto de 50 toneladas, Kelton teve seu corpo esmagado numa batida que destroçou a sua família e a grande maioria dos pessoenses. Nós também ficamos abalados e choramos pela perda de Kelton, sem nem conhecê-lo. Infelizmente esses episódios têm acontecido de maneira cotidiana em nossa cidade e a regra tem sido a perda da vida fruto da mistura explosiva e hedionda entre álcool e direção", disse Bruno.
O parlamentar lembrou que é autor da Lei que instituiu o Dia Municipal da Paz no Trânsito em memória da Defensora Pública Fátima Lopes, também morta por acidente de trânsito nas mesmas circunstâncias de Kelton. "Por mais campanhas educativas que tenhamos feito aqui, na Prefeitura, na Semob, na OAB, nos sentimos impotentes diante de cenas repetitivas que resultam no destroçamento de famílias inteiras”, desabafou.
“Presto minha solidariedade aos familiares do jovem trabalhador, que foi vítima de uma assassinato. Não foi acidente. Quem acompanhou o vídeo divulgado, viu que o empresário assumiu o risco de produzir o resultado morte dele próprio e de outra pessoa. Infelizmente, um trabalhador teve sua vida violentamente retirada”, afirmou Bruno, acrescentando que, após a morte de Kelton, esteve presente em protesto dos motoboys por segurança e melhores condições de trabalho.
Bruno Farias enfatizou que espera por justiça para que situações como essa não se repitam. “Esperamos que o provocador da morte possa se apresentar, com toda segurança que o poder estatal possa oferecer e seja julgado perante os homens de acordo com as leis do direito. Que não haja outras oportunidades para ver outras Fátimas e Keltons vítimas de uma violência tão brutal como a que ocorre nas ruas de nossa cidade”, afirmou.
“Faço ainda um apelo à CMJP para que possamos de alguma forma somar esforços e fazer com mais rigor uma política de educação e conscientização na nossa cidade, usando redes sociais, rádio e TV. Faço apelo à Prefeitura para que a gente possa estender por todo o ano a campanha educativa de paz no trânsito. Que o Detran possa massificar as blitzen da lei seca, que estabeleça um convênio com a Semob para que tenha um corpo de servidores maior para auxiliar nessa fiscalização”, sugeriu.
Os vereadores Odon Bezerra (Cidadania) e Marcos Henriques (PT) se acostaram ao sentimento de revolta e clamor por justiça. “Que diferença faz um carro a 163 km/h em via pública ou uma arma atirando pra ele? Pra mim, nenhuma. A prova que foi constituída nos autos com o vídeo foi irrefutável. E o pior: a fuga. Nem descer para ver o que tinha acontecido o motorista teve coragem. Essa Câmara não pode ficar calada com um caso como esse. Que ele tenha um julgamento justo”, declarou Odon Bezerra.
“O perfil em uma rede social do motorista diz que motoqueiro tem que morrer atropelado. Isso não é acidente, é um crime premeditado, a gente precisa refletir sobre os perigos dessas pessoas soltas. Às vezes você tem o maior cuidado em dirigir e outras pessoas que não têm esse mesmo cuidado se tornam máquinas de matar pelas ruas. Que os órgãos possam fiscalizar e punir independente de quem seja. Me solidarizo com toda a família do trabalhador que morreu tragicamente. Que Deus possa acalentar o coração de todos e todas que o amavam”, desejou Marcos Henriques.