Vereador responsabiliza Governo do Estado pela morte de sete adolescentes no Lar do Garoto

por Rafaela Cristofoli — publicado 06/06/2017 21h00, última modificação 08/07/2019 15h10
Lucas de Brito (PSL) afirmou que a situação precária do local se repete em outros centros da Paraíba

“Mais uma vez, o Estado da Paraíba ocupa a imprensa nacional de uma forma extremamente negativa”. Com essa afirmação, o vereador Lucas de Brito (PSL) deu início ao seu pronunciamento durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quarta-feira (7). O parlamentar responsabilizou o Governo do Estado pela morte de sete adolescentes em uma rebelião que ocorreu na madrugada do último sábado (3), no centro educacional Lar do Garoto, em Lagoa Seca.

“Havia uma situação de superlotação vergonhosa no local. Lá, jovens adolescentes perdiam a oportunidade de sonhar com a ressocialização, porque viviam em condições sub-humanas”, criticou o parlamentar.

Lucas afirmou que um centro de educação administrado pelo Governo do Estado deveria preparar os jovens para o retorno ao convívio social, mas, na verdade, o equipamento encontrava-se em um estado de inconstitucionalidade e ofensa aos direitos humanos.

“Foi uma tragédia anunciada. O Ministério Público, a Ordem dos Advogados, o Conselho de Direitos Humanos, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa já vinham alertando sobre a situação caótica ali vivenciada. A morte destes adolescentes deve pesar na consciência dos gestores do Estado”, disparou.

O vereador ainda demonstrou preocupação com outros centros de ressocialização da Paraíba, inclusive em João Pessoa. “Há informações de que aquela realidade se repete em outros locais, o que nos causa revolta. E pior, a resposta do Governo do estado tem sido silêncio, omissão e morte. A negligência criminosa que foi cometida no Lar do Garoto nos leva à consternação. Isso é um reflexo da falta de prioridade dos gestores com a dignidade da pessoa humana”, avaliou o parlamentar.

A vereadora Helena Holanda (PP) também lamentou o fato e demonstrou preocupação com outros internos. “É muito triste sabermos que a violência se multiplica, principalmente em um lugar no qual os adolescestes buscam se transformar em seres humanos melhores. Fica difícil em condições sub-humanas”, declarou.