Vereadora alerta que Brasil vive epidemia de violência doméstica

por Damião Rodrigues — publicado 26/02/2019 21h00, última modificação 29/06/2019 16h48
Sandra Marrocos (PSB) apresentou dados do relatório global de 2019 da ONG internacional Humans Rights Watch (HRW – Observatório dos Direitos Humanos, em tradução livre)

A luta pelo combate à violência contra a mulher foi o tema principal do pronunciamento da vereadora Sandra Marrocos (PSB), na manhã desta quarta-feira (26). Na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), a parlamentar apresentou dados do relatório global de 2019 da ONG internacional Humans Rights Watch (HRW – Observatório dos Direitos Humanos, em tradução livre), que aponta uma “epidemia” de violência doméstica no Brasil.

“Com dados apurados no começo de 2018, o documento denuncia que há mais de 1,2 milhão de casos de agressões contra mulheres pendentes de julgamento. Eu assumi um compromisso de vida de lutar em defesa dos direitos da mulher e para combater a violência doméstica. Algo sério está acontecendo. A violência contra a mulher e a subnotificação são uma epidemia em nosso país”, evidenciou a vereadora.

De acordo com a parlamentar, em 2017, 4.539 mulheres morreram no Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e, dentre essas mortes, 1.333 homicídios foram tipificados como feminicídio. “O número real é, provavelmente, maior, uma vez que a polícia não registra como feminicídio os casos nos quais a motivação não está clara”, alertou Sandra Marrocos citando o relatório.

A parlamentar anunciou que, nesta quinta-feira (28), às 9h, acontece o julgamento do caso de Rebeca Cristina Alves Simões, jovem de 15 anos, assassina em 2011, cujo padastro é o principal suspeito. O crime aconteceu no dia 11 de julho de 2011. O corpo de Rebeca foi encontrado na mata de Jacarapé. “Isso é muito sério! Quando o ‘cabra’ diz que vai matar, ele mata mesmo. Precisamos nos posicionar contra isso. O padastro de Rebeca está sendo acusado de homicídio duplamente qualificado. Vamos nos posicionar”, ensejou.

Em apartes, os vereadores Carlão (DC) e Marcos Henriques (PT) dispensaram apoio à luta da vereadora em defesa do fim da violência contra a mulher.