Vereadora anuncia representação contra Funjope no MPPB e CPI na Câmara

por Haryson Alves — publicado 24/10/2016 22h00, última modificação 18/07/2019 15h04
Segundo Sandra Marrocos (PSB), estão em questão um possível monopólio de empresa na contratação de artistas para o “Sabadinho Bom” e divergências entre o valor pago como cachê pela PMJP e o descrito no Portal da Transparência

A vereadora Sandra Marrocos (PSB) revelou que artistas da Capital darão entrada em uma representação no Ministério Público da Paraíba (MPPB), até o final da semana que vem, para apurar possíveis irregularidades na gestão das políticas culturais de João Pessoa. Segundo a parlamentar pessoense, estão em questão, entre outros assuntos, as denúncias de que haveria um monopólio empresarial na contratação de artistas para o projeto “Sabadinho Bom”, além do atraso ou de divergências no repasse de cachês aos artistas. Alguns desses valores descritos no Portal da Transparência seriam menores do que os que foram pagos.

Durante seu pronunciamento, na sessão ordinária desta terça-feira (25), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), Sandra Marrocos também adiantou que, em breve, pretende dar entrada em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para tratar das questões na Casa Legislativa.

“Solicitarei a 'CPI da Funjope' no momento certo. As oficinas nos Centros da Juventude foram extintas e o circuito das praças também. Além disso, faz três anos que o edital do Fundo Municipal de Cultura não acontece. Por que o Carnaval Tradição e as quadrilhas juninas não têm mais apoio? Artistas de diversas manifestações culturais já me procuraram, e eu estou com eles. Além disso, a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) ainda não me respondeu o requerimento no qual solicitei informações sobre o pagamento dos cachês e o monopólio das apresentações no Sabadinho Bom”, relatou Sandra Marrocos.

A vereadora informou que esteve presente na edição do Sabadinho Bom realizada no último sábado (22) e que, na tentativa de usar a palavra no evento, deixaram-na sem microfone. “Ainda lançaram uma nota com informações irreais, tentando rebater minhas indagações, na qual a Funjope esclareceu que está em dia com todos os cachês. Entre tantos outros artistas, Roberto do Vale, que fez apresentação em 21 de janeiro, ainda não recebeu. Após minhas denúncias, misteriosamente, começaram a pagar a alguns”, comentou Sandra Marrocos. Ainda de acordo com a parlamentar, outro ponto da nota indicou que a Funjope não obrigaria os artistas a assinarem contrato com qualquer produtora.

[citacao] Totonho chegou lá com outra produtora e foi induzido a fazer isso. Pagaram R$ 3 mil para ele, porém, no Portal da Transparência, a prestação de contas indica um pagamento de R$ 7 mil. Após minhas denúncias, contactaram-no para pagar a diferença do cachê [/citacao]

Sandra Marrocos ainda frisou que, de junho a outubro deste ano, das 16 apresentações realizadas no Sabadinho Bom, oito eram de outras cidades. “Destas oito, todas foram conduzidas por uma mesma produtora, em pleno período eleitoral. Estão jogando toda a culpa em cima de uma produtora, e essa nota da Funjope colocada no Sabadinho Bom não condiz com a verdade. Está havendo sim o favorecimento de uma única empresa na contratação das atrações, e quem vai discutir isso será o MPPB”, enfatizou a vereadora.