Vereadora apresenta dados da violência contra mulheres
“Mais um caso de feminicídio no nosso país”. Com este alerta, a vereadora Sandra Marrocos (PSB) deu início ao seu pronunciamento, durante a sessão ordinária desta terça-feira (11), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). A parlamentar se referiu ao assassinato da fisioterapeuta Mirella Sena, de 28 anos, que ocorreu em Recife na última quarta-feira (5).
“Mirella, uma menina linda e empoderada, teve seu apartamento invadido por um vizinho, Edvan Luiz, empresário, casado, dito cidadão de bem, bem sucedido, homem de família e de fé”, denunciou a parlamentar. “Ele se achou no direito de matá-la por sentir atração por ela e não ser correspondido. Ela lutou para sobreviver, sua roupa foi rasgada e seu corpo ficou todo machucado. Infelizmente ela não teve força física suficiente para se defender deste homem”, lamentou.
Sandra Marrocos destacou que o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de mulheres assassinadas e que 70 % dos estupros são realizados por parentes, namorados, amigos ou conhecidos da vítima. "Nesta semana, na cidade de Araruna, uma jovem de 27 anos foi morta pelo ex-namorado por ele não aceitar o fim do relacionamento. Vanderleia Alves de Lima foi esfaqueada no meio da rua por Josemar da Costa Moreira", revelou. A parlamentar ainda apresentou dados alarmantes de violência cometida contra mulheres no Brasil.
[citacao] A cada onze minutos, uma mulher é estuprada em nosso país. A cada dois minutos, cinco são espancadas. Do início desta sessão até o seu término, 17 mulher serão violentadas, 450 serão espancadas, duas serão mortas, só por serem mulheres [/citacao]
Dois participantes do programa Big Brother Brasil, da Rede Globo, também foram citados pela vereadora para denunciar o que ela avaliou como “mais um caso de machismo e violência contra a mulher”. “Graças à delegada de atendimento à mulher, Viviane da Costa, o machista e agressor Marcos foi expulso do programa e será investigado por agredir Emilly. Mas, infelizmente não são todas as casas que tem câmeras para dar visibilidade às agressões e ajudar às mulheres. Infelizmente nem todos os agressores são identificados e punidos”, lastimou.
Denúncias
A vereadora ainda alertou para a necessidade das pessoas denunciarem qualquer tipo de violência contra mulheres e informou que qualquer um pode fazer a denúncia, não precisa ser a vítima. “Temos que massificar o canal direto de denúncia: 180. Se você vir uma mulher sendo assediada, denuncie, salve a vida das mulheres”, apelou.