Vereadora cobra da OAB-PB motivos da demissão de funcionária que denunciou assédio sexual na instituição

por Clarisse Oliveira — publicado 23/10/2017 22h00, última modificação 16/07/2019 18h59
Na sessão ordinária desta terça-feira (24), a presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Sandra Marrocos (PSB), exigiu uma resposta da instituição sobre o desligamento de servidora

A vereadora Sandra Marrocos (PSB), enquanto presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), cobrou, na manhã desta terça-feira (24), do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB), Paulo Maia, os motivos da demissão da funcionária Lanusa do Monte, ocorrida no dia 12 de outubro. A funcionária denunciou caso de assédio sexual sofrido por ela no mês de março deste ano por parte do secretário-geral da instituição, Assis Almeida.

A parlamentar relatou que tem conhecimento do caso desde 23 de abril, quando foi procurada pelo Centro de Referência de Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) com a denúncia, solicitando que a Comissão da Casa recebesse Lanusa do Monte. Sandra Marrocos conseguiu audiência com o presidente da OAB- PB, que garantiu o envio para a comissão da Casa da cópia do relatório final do inquérito que investigava o caso.

“Ele ficou de encaminhar a cópia do relatório final para a comissão, mas ficamos sabendo apenas da demissão dela. Não sei qual foi o resultado. Queremos saber o porquê da demissão de Lanusa. Como uma funcionária exemplar, séria, que trabalhava há cerca de 20 anos na instituição foi demitida?”, indagou.

A vereadora questionou também a composição da comissão que julgou Lanusa do Monte. Segundo Sandra Marrocos, o denunciado fez parte da equipe que julgou o caso da funcionária, ou seja o próprio caso. A parlamentar ainda indagou o motivo da instituição não ter afastado o denunciado das funções enquanto era investigado.

O vereador Carlão (PSDC) afirmou ser um caso muito preocupante e que demanda uma extrema atenção. “Nos preocupa muito. Cabe ao presidente da Ordem trazer a solução. Temos que saber quais os integrantes dessa comissão que julgou o caso de assédio, não tem cabimento o acusado ter feito parte [da comissão]. Temos que saber também qual o resultado que essa comissão chegou”, declarou.

“Assédio sexual é uma das maiores agressões que uma mulher pode sofrer. Isso precisa ser apurado”, enfatizou Raíssa Lacerda (PSD).