Vereadora denuncia doutrinação ideológica em escola da Capital
A doutrinação ideológica em escolas na Capital voltou a ser tema na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), em pronunciamento da vereadora Eliza Virgínia (PP). Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (9), a parlamentar alegou que uma conselheira tutelar reeleita no Município teria incutido ideias contra a educação de colégios militares a estudantes da Escola Cidadã Integral (ECIT) Pastor João Filho, no bairro de Mangabeira.
Na ocasião, foi exposto em plenário um áudio, atribuído à conselheira, no qual ela defende as seguintes ideias: “Estudei em escola militar. Não brinquem não, vocês vão se arrepender ano que vem. Vocês estão pensando que vai ser melhor? Vocês têm noção do que acontece numa ditadura militar? Eu vivi em uma. Vocês estão correndo o risco de não terem universidade. Numa escola militarizada, não pode pintar o cabelo, nem usar corte estilo black. Os penteados têm que ser padrão, e as meninas têm que usar cabelo preso”.
“A conselheira foi em uma escola mentir, dizendo que os estudantes correm o risco de não terem universidade pública. Foi catequizar os alunos, se aproveitando da prerrogativa para influenciar a partir de suas convicções”, repudiou a atitude, Eliza Virgínia. A vereadora ainda informou que fez denúncia à Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Sedec), ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e à Secretaria de Estado da Educação (SES) quanto ao caso.
“O coordenador pedagógico é conivente com o que acontece dentro da unidade escolar, inclusive quando deixa entrar no colégio uma conselheira tutelar para doutrinar. Eu tenho provas escolares aplicadas, nas quais há indícios de doutrinação em seu conteúdo, além dos relatos de estudantes e seus pais. Não posso expôr essas fontes, pois temos que assegurar que não haja perseguição”, informou a parlamentar.
Apartes
“Faça a denúncia de doutrinação que a senhora acha que existe, mas respeite as pessoas. A vereadora [Eliza] sobe à tribuna para fazer acusações sérias a profissionais competentes e compromissados”, aparteou Sandra Marrocos (PSB).
João Almeida (Solidariedade) apelou para que esse tipo de discussão fosse encerrado. “Não tem como nos manifestarmos contra um instrumento de educação. Acho que temos que respeitar as diferenças e crenças de cada um. Não tenho dúvida de que a fila será gigante quando abrirem vagas para a escola militar em João Pessoa”, defendeu.