Vereadora fala sobre violência urbana e insegurança, na tribuna da CMJP

por Damião Rodrigues — publicado 12/03/2019 21h00, última modificação 29/06/2019 11h51
Eliza Virgínia (PP) citou o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), a investigação de estupro em escola particular da Capital, e cobrou valorização dos policiais civis

Violência urbana e insegurança foram os temas centrais do pronunciamento da vereadora Eliza Virgínia (PP), na manhã desta quarta-feira (13). Da tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), a parlamentar citou o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e a investigação de estupro em escola particular da Capital. Ela também cobrou valorização dos policiais civis.

“Fala-se muito em feminicídios e assassinatos por homofobia, enquanto uma classe está sendo esquecida em nossa sociedade: os nossos policiais, que trabalham em condições inadequadas. Faltam equipamentos de segurança e eles sofrem com assédio moral e com uma carga excessiva de trabalho, além de muita cobrança. Esses profissionais envelhecem muito mais rápido que outros, sofrem de problemas emocionais e muitos se suicidam ou são assassinados. Precisamos saber como estão as condições psicológicas dos nossos policiais para garantir que estejam bem para continuar defendendo a nossa sociedade”, alertou a vereadora.

Eliza citou o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, criticando o fato da morte do motorista da parlamentar, Anderson Pedro Gomes, não ter tido a mesma repercussão. “Marielle e Anderson morreram na mesma ação, mas, ninguém fala sobre ele. Será que pelo fato dele ser homem, e dos homens já estarem inseridos nas estatísticas de violência, ninguém se importa? Será que os direitos humanos, que Marielle tanto defendia, vão evitar que os acusados do seu assassinato sejam beneficiados por alegarem insanidade? Espero que esses dois bandidos sejam acusados e paguem pela morte dessas duas vidas”, ensejou.

A parlamentar ainda cobrou a investigação sobre os mandantes dos crimes, tanto do assassinato da vereadora e do motorista, quanto da tentativa de assassinato do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL). “Todos esses casos precisam ser investigados e os envolvidos precisam cumprir pena. De acordo com o artigo 5º da nossa Constituição, todos são iguais perante a lei, e todos precisam de segurança pública. Já chegamos a 60 mil assassinatos por ano, são mais mortes que as decorrentes das guerras no Oriente Médio. A questão da violência em nosso país passa pelos benefícios concedidos aos acusados, que são defendidos por esses ‘direitos humanos’, que só defendem os defeitos humanos”, avaliou.

Eliza Virgínia também comentou sobre os casos de estupro em uma escola particular da Capital. Ela solicitou a criação de uma Comissão Especial para que os vereadores façam uma visita de averiguação aos familiares dos alunos, à escola e à delegada que investiga o caso. “Precisamos nos inteirar sobre esse caso estarrecedor, enquanto Câmara Municipal e enquanto cidadãos. A sociedade chora de completo terror e precisa que tudo seja esclarecido”, afirmou.

Em aparte, os vereadores Humberto Pontes (Avante), Marcos Henriques (PT) e Milanez Neto (PTB) apoiaram a criação da Comissão Especial e cobraram mais atenção e respeito com a segurança pública da sociedade.