Vereadora oficializa entrada na oposição da CMJP e líderes repercutem

por Haryson Alves — publicado 18/06/2018 21h00, última modificação 08/07/2019 16h42
Raíssa Lacerda (PSD) alegou ser “deixada de lado” pelo Governo Municipal

A vereadora Raíssa Lacerda (PSD) oficializou sua entrada na bancada de oposição e fez críticas ao Governo da Capital, ao abrir os discursos, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na tarde desta terça-feira (19). Após ela, o líder situacionista, Milanez Neto (PTB), também usou da tribuna para reconhecer a importância da parlamentar nesta gestão e citou que a fala de Raíssa poderia ter excessos. Acompanhando a discussão, o líder oposicionista, Leo Bezerra (PSB), foi o terceiro orador do dia, dando as boas-vindas à nova integrante de bancada, ocasião em que sugeriu a psdebista comandar a próxima ‘Caravana da Oposição’.

Além de outras insatisfações, Raíssa Lacerda explicou sua intenção de acompanhar o posicionamento político de seu pai, José Lacerda Neto, quanto à preferência de apoio a um pré-candidato ao Governo da Paraíba, algo que entraria em conflito com a gestão atual de João Pessoa.

“Agradeço a todos os amigos e políticos de todo o Estado da Paraíba que respeitaram a minha decisão. Fora isso, o povo do Sertão, assim como o de João pessoa, não aceita irmão de prefeito para governador da Paraíba. Entreguei a presidência do PSD por causa das articulações políticas vigentes, trabalhei como escrava para aprovar coligações, fui preterida pelo prefeito Luciano Cartaxo (PV), e tida como a amiga que reclama, ao denunciar que faltavam médicos em PSFs, entre outras coisas, as reivindicação da população”, contou a parlamentar, que disse fazer um desabafo.

“Estarei aqui fazendo o meu papel. A escrava saiu do tronco e faz um apelo: Polícia Federal, investigue melhor o caso da Lagoa”, sugeriu Raíssa Lacerda, fazendo referência à suspeita de desvio de recursos públicos nas obras de requalificação do Parque da Lagoa Solon de Lucena. “Vim aqui pra fiscalizar e dizer o que estou sentindo”, afirmou.

Ao usar da fala, Milanez Neto (PTB) referendou a história da parlamentar na política e disse achar o pronunciamento de Raíssa Lacerda como um desabafo com excessos devido à emoção da vereadora. “Acho que a mágoa acumulada acarreta desabafos, inclusive com excessos. Da minha parte, vossa excelência sempre terá carinho, respeito e amizade, seja na oposição ou não”, garantiu o líder situacionista na Câmara.

Milanez Neto reforçou que nenhum vereador seria subserviente a interesses de gestão qualquer e que, sobre o caso da Lagoa, “ao se aproximar das eleições, ele sempre volta à tona. Há tentativas de dissolverem-se as candidaturas”, garantiu o líder, alertando: “é importante que o respeito prevaleça diante de qualquer mágoa”, reforçou.

Por sua vez, Leo Bezerra afirmou que não haveria diálogo da atual gestão municipal com vereadores, agentes de endemia e de saúde, cobrando respeito a todos. “Ele não teve nem a atitude de dar um ‘tchau’ a Raíssa, ao sair do PSD para o PV. Na nossa oposição, há respeito e pessoas comprometidas em trazer demandas que beneficiam e melhoram a qualidade de vida das pessoas da cidade. Exijo e cobro respeito desta gestão aos vereadores e sugiro que a próxima ‘Caravana da Oposição’ seja liderada por Raíssa Lacerda”, cobrou o líder situacionista.