Vereadora pede votos contra internet limitada por pacotes de dados

por Haryson Alves — publicado 19/04/2016 21h00, última modificação 05/07/2019 14h31
Eliza Virgínia (PSDB) conclamou a população a votar contra medida, além de acionar o Procon, deputados e senadores

A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) criticou a possibilidade da limitação do consumo de dados em internet banda larga, em seu discurso, na manhã desta quarta-feira (20), em sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). Ela pediu que a população assine uma petição online, além de pressionar deputados e senadores contra a medida.

“Deixo algumas sugestões para impedir a situação: há um abaixo-assinado online, peço que a população vote contra a medida; além disso, todos podem formalizar denúncia no serviço de proteção ao consumidor (Procon), contra a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pressionar nossos políticos em Brasília (DF)”, recomendou a vereadora.

A parlamentar explicou que, com a medida, a internet banda larga fixa pode seguir os passos da conexão via celular e começar limitar o tráfego, não apenas por velocidade, mas por pacote de dados.

Assim, a internet fixa terá um mecanismo muito similar ao já ofertado por operadoras de telefonia móvel: após ultrapassar um limite de dados previamente contratado, o usuário poderá ter o acesso reduzido e, em alguns casos, bloqueado. Significa que a franquia já existente para os telefones passaria a valer também para o Wi-Fi de casa, mesmo com a conta paga e em dia.

“Teremos a internet mais cara do mundo, os estabelecimentos vão retirar o serviço de Wi-Fi grátis e nossos filhos não poderão assistir vídeoaulas na internet, pois tudo isso será dispendioso”, elencou algumas consequências da medida, a vereadora.

Eliza acrescentou que, ao assistir uma hora de séries ou filmes por plataformas de vídeos via streaming, como Netflix, por exemplo, os usuários poderão consumir até 7 GB por hora da franquia. Quem possuir um plano com 10 GB de rede (o mais barato oferecido pela maioria das operadoras), não poderá assistir mais do que dois episódios de sua série favorita em um mês se não quiser ter sua internet cortada.

“Por que as operadoras têm tanto poder para fazer essas limitações? A Anatel vai nos defender? Não. O órgão regulador não está interessado em intervir no assunto. Ela informou que a prestação de serviços por empresas é de regime privado e que elas podem optar pelo modelo que julgarem mais adequado às suas práticas comerciais”, informou Eliza Virgínia.