Vereadora se posiciona contra financiamento público de campanha

por Rafaela Cristofoli — publicado 21/08/2017 21h00, última modificação 03/07/2019 15h47
Raíssa Lacerda (PSD) defende que as verbas públicas sejam utilizadas em áreas como saúde, educação e infraestrutura

A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/2003, na Câmara dos Deputados, foi tema do pronunciamento da vereadora Raíssa Lacerda (PSD), durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta terça-feira (22). A parlamentar se manifestou contrária ao financiamento público de campanhas políticas, um dos pontos mais polêmicos da proposta.

“Quem quer ser médico, advogado, professor precisa pagar por seus livros, seus estudos. Por que com políticos deveria ser diferente?”, questionou a vereadora. “Quem quer ser deputado, senador ou vereador precisa ter recursos para financiar sua própria campanha”, argumentou.

Raíssa Lacerda defendeu que o dinheiro público deve ser investido em em saúde, educação e infraestrutura, não para financiar campanhas. “Aqueles que porventura sejam a favor dessa proposta, reflitam sobre as pessoas que estão em macas aguardando atendimento. É justo pessoas morrerem em corredores de hospitais para financiar campanhas de deputados, senadores e vereadores?”, indagou.

Vários parlamentares usaram a palavra para se manifestar contra a PEC 77/2003. Thiago Lucena (PMN) afirmou que não há tempo suficiente para votar a reforma política que o país precisa até outubro deste ano e pediu para a sociedade se engajar na discussão. “Cobrem, participem. Só vai haver mudanças significativas na forma de se fazer política se os cidadãos cobrarem dos seus representantes”, ressaltou.

Os vereadores Marcos Henriques (PT) e Sandra Marrocos (PSB) se manifestaram a favor do financiamento público de campanha, mas, não nos moldes apresentados pelo atual Congresso Nacional e Governo Federal. “Não serei favorável a nada apresentado por este Governo. O 'Distritão' é uma estratégia para manter no poder os parlamentares que já têm mandato. Para discutir reforma política precisamos estar melhor representados, e o Congresso atual não me representa”, criticou Marcos Henriques.

“É uma pena que uma reforma tão necessária venha se dando desta forma. A reforma política precisa de uma discussão mais ampla, em todos os parâmetros. É algo muito mais complexo do que ser contra ou a favor”, argumentou Sandra Marrocos.

Ainda se posicionaram contra a PEC 77/2003 os vereadores Helena Holanda (PP), Marmuthe (PSD) e Carlão (PSDC). “O que está se discutindo em Brasília não é uma reforma política, e sim de arranjos para manutenção de poder. O que está se discutindo é a sobrevivência de quem está no poder”, afirmou Marmuthe Cavalcanti.