Vereadores de João Pessoa querem eleições diretas no país

por Clarisse Oliveira — publicado 17/05/2017 21h00, última modificação 15/07/2019 10h04
Requerimento de Tibério Limeira (PSB) pede apoio da bancada paraibana no Congresso à PEC que prevê eleições diretas em caso de vacância da Presidência da República

Os vereadores da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) aprovaram, na sessão ordinária desta quinta-feira (18), requerimento, a ser encaminhado à bancada paraibana no Congresso Nacional, pedindo apoio ao Projeto de Emenda à Constituição Federal (PEC 227), que prevê eleições diretas no caso de vacância da Presidência da República.

O pedido, de autoria do vereador Tibério Limeira (PSB), foi motivado por denúncias envolvendo o presidente da república, Michel Temer (PMDB), e o senador Aécio Neves (PSDB), ocorridas na noite desta quarta-feira (17). Segundo o parlamentar pessoense, deputados e senadores não têm legitimidade para assumir o cargo de presidente.

“Diante do iminente afastamento do presidente Michel Temer da presidência da república, gostaria que este parlamento se colocasse a favor das eleições diretas, porque o Congresso Nacional não tem a mínima legitimidade de comandar o país”, discursou Tibério. “Os presidentes das duas casas estão envolvidos e citados na Lava-Jato e a maior parte dos parlamentares também está envolvido em casos de corrupção. A saída para esta crise institucional são as eleições diretas. É a legitimação pelo voto popular. Esta deve ser uma bandeira unitária e supra partidária”, acrescentou.

 

O vereador Bruno Farias (PPS) concordou com o parlamentar, destacou que o país está precisando de uma “insurreição ética” e que os bandidos de todos os partidos devem ser presos e punidos. Milanez Neto (PTB) sugeriu que a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, assuma o cargo - ela é a terceira na sucessão presidencial.

A vereadora Sandra Marrocos (PSB) concordou com o requerimento de Tibério Limeira e afirmou que hoje era um dia feliz. Por sua vez, os a vereadora Eliza Virgínia (PSDB) e os vereadores Thiago Lucena (PMN), Bosquinho (PSC), João Almeida (SD) e Bispo José Luiz (PRB) discordaram da socialista e afirmaram que este era um dia triste para o Brasil.

“Com todo respeito, discordo da vereadora. O dia do impeachment não foi um dia feliz, como hoje também não é. Acordei frustrado com tudo que vi. Mas a gente não pode confundir frustração com falta de esperança. Precisamos de diretas já, mas pergunto quem seria um representante da gente hoje?”, refletiu Thiago Lucena.

O vereador Marcos Henriques (PT) defendeu Sandra Marrocos e a reforma política. “Entendo a vereadora, ela se alegrou por ver as máscaras caindo. A reforma política tem que ser amadurecida, não me sinto representado por um Congresso que é formado 80% por empresários. O mais importantes é que as pessoas sejam punidas”, desejou o petista.