Vereadores debatem diretrizes do Governo Federal e atuação de Sérgio Moro na Lava Jato

por Haryson Alves — publicado 29/08/2019 15h45, última modificação 29/08/2019 15h45
Colaboradores: Fotos: Olenildo Nascimento
Marcos Henriques (PT) lamentou as políticas voltadas ao meio ambiente e Carlão (DC) defendeu condução das investigações na operação Lava Jato

O líder oposicionista da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), vereador Marcos Henriques (PT), lamentou as diretrizes do Governo Federal na proteção ao meio ambiente e desaprovou a atuação do ministro da Justiça, Sérgio Moro, enquanto juiz da operação Lava Jato. Ao discursar também, em tribuna, na sessão ordinária desta manhã de quinta-feira (29), o parlamentar Carlão (DC) enfatizou que o magistrado foi responsável pela maior operação do mundo contra a corrupção e citou a diminuição dos índices de criminalidade no Brasil, no primeiro semestre de 2019.

“O presidente Jair Bolsonaro (PSL) acabou com setores públicos de combate ao desmatamento, de monitoramento das mudanças climáticas e de proteção ambiental. Creio que tudo isso foi premeditado, pois as questões ambientais são um entrave para os latifundiários e o agronegócio. O chefe do Executivo nacional precisa valorizar aqueles que o elegeram e financiaram sua campanha. Aquele que se diz patriota é o mais antinacionalista. Vai vender a Amazônia e nossas riquezas naturais”, criticou Marcos Henriques.

Lastimando os rumos que a condução das políticas públicas federais estão tomando, o líder oposicionista lembrou as publicações do jornal The Intercept Brasil nas quais Sérgio Moro apareceria tendenciando as investigações da Lava Jato. “Está provado que o ministro, então juiz Sérgio Moro, queria influenciar o tribunal e os procuradores, servindo de acusador. Ele bloqueou as contas de várias empresas e é o principal culpado da elevação do índice de desemprego que estamos registrando hoje. O Brasil perdeu com essa política tendenciosa”, opinou o vereador.

Ao defender o Governo Federal, Carlão argumentou que houve uma redução de 38% do número de roubos em instituições financeiras no primeiro semestre deste ano. “No mandato de Moro como ministro, observamos uma diminuição dos registros de estupros, homicídios, roubos de carga e de latrocínios. Ele fez seu trabalho julgando criminosos de alta periculosidade e poder na Lava Jato, desfazendo o maior esquema de corrupção do planeta”, alegou Carlão, sugerindo que o trabalho da operação deveria ser incorporado nos cenários estaduais e municipais Brasil afora.

Apartes

Em aparte, João Almeida (Solidariedade) observou que ainda não houve um fortalecimento das polícias federais nesta gestão e que empresas estão deixando de exportar e importar com o País. “Os interesses comerciais não podem estar acima do meio ambiente”, declarou. Por sua vez, Bispo José Luiz (PRB) se disse preocupado com a exposição negativa do Brasil, e Tibério Limeira (PSB) reforçou como os representantes políticos deveriam se posicionar.

“O estado de direito está indo embora antes da democracia. Nos julgamentos, observa-se que ninguém julga mais a presunção de inocência e o trânsito em julgado foi deixado para trás. Os diálogos publicados pelo The Intercept só reforçam que a Lava Jato vazava informações para intimidar e forçar delações. Isso é crime e tortura ideológica. Acredito que nosso papel, enquanto representantes políticos, é defender o estado de direito e a democracia, e não atacá-los”, enfatizou Tibério Limeira.