Vereadores rebatem acusações sobre suas ações parlamentares

por Damião Rodrigues — publicado 19/09/2019 16h49, última modificação 19/09/2019 16h49
Colaboradores: Fotos: Olenildo Nascimento
Eliza Virgínia (PP) e Carlão (DC) rebateram as declarações do presidente do Partido Socialismo e Liberdade na Paraíba (PSOL-PB), Tárcio Teixeira, que, segundo eles, os acusou de contribuir para pedofilia e tráfico humano

Da tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta quinta-feira (19), os vereadores Eliza Virgínia (PP) e Carlão (DC) rebateram críticas às suas atuações parlamentares proferidas pelo presidente do Partido Socialismo e Liberdade na Paraíba (PSOL-PB), Tárcio Teixeira. Segundo os parlamentares, o pessolista os acusou de contribuir para pedofilia e tráfico de pessoas.

Na ocasião, Eliza apresentou o áudio com as declarações e as rebateu, elencado prerrogativas de sua autoria que defendem crianças e adolescentes, além do combate ao uso recreativo da maconha. Carlão também destacou um projeto de sua iniciativa em defesa de crianças e adolescentes aprovado na sessão de ontem, na CMJP.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Tárcio Teixeira afirmou que os vereadores Eliza Virgínia e Carlão “contribuem para o tráfico de seres humanos, para as redes de pedofilia e para deixar as crianças e adolescentes tendo seu direito à saúde negado”.

A vereadora disse estar chocada com as declarações que ouviu e refutou as afirmações, alegando que seu mandato sempre apresentou ações em defesa das crianças e adolescentes. Ela destacou a Lei Municipal 1.1876/2010, resultado de um projeto de lei de sua autoria, que instituiu o Programa Municipal de Prevenção e Combate à Violência Contra Crianças e Adolescentes; e o PL 1.198/2019, que tramita nas Comissões da Casa, dispondo sobre o projeto "Escola Sem Maconha", que propõe a implementação de debates que promovam a conscientização sobre os malefícios da maconha, bem como os mecanismos para coibir sua comercialização e entrada em ambiente escolar, nas escolas do Município de João Pessoa. 

Eliza enfatizou que foi o então prefeito Ricardo Coutinho (PSB) que sancionou o Programa Municipal de Prevenção e Combate à Violência Contra Crianças e Adolescentes, que consiste no conjunto de ações, campanhas e treinamentos, desenvolvidos por órgãos da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), como forma de prevenir a violência e exploração sexual de crianças e adolescentes, com atividades que se utilizarão de recursos técnicos capazes de informar e conscientizar o maior número possível de pessoas.

“Será que eu fui acusada de pedofilia e tráfico de pessoas porque me preocupo com a forma de como devemos educar nossas crianças. Esse Programa visa proteger nossos jovens, mas sem exposição a ações de erotização e do movimento LGBT. Ressalto que nós não temos gênero, temos sexo. Nascemos masculino ou feminino. O Escola Sem Maconha quer conscientizar sobre os malefícios do uso recreativo dessa planta. Inclusive, já disse que, se Deus me livre, um filho precisar usar de forma terapêutica a maconha, ele vai usar”, defendeu.

A vereadora ainda lembrou que, em 2014, propôs uma audiência pública para debater questões relacionadas à pedofilia no Brasil. Na ocasião, ainda foi outorgado o Título de Cidadão Pessoense ao senador do Espírito Santo, Magno Malta (PR), pelo seu trabalho nacional de combate à pedofilia, o qual repercutiu em desmantelamento de rede de prostituição infantil no Brasil, inclusive na Paraíba. 

Carlão também rebateu as acusações

O vereador Carlão também rebateu as críticas do presidente do PSOL, alegando que seu mandato faz um trabalho de proteção às crianças e adolescentes. Ele destacou um PL 1.070/2018 de sua autoria, aprovado por unanimidade na votação de ontem (18), que cria a ‘Semana Municipal de Conscientização Sobre Depressão Infantil e Juvenil’, que será realizada, anualmente, na terceira semana de março, com os seguintes objetivos: levar conhecimento à população sobre a doença; orientar sobre diagnóstico e tratamento adequados; e detectar possíveis casos da doença, para realizar o devido encaminhamento para acompanhamento médico especializado.

“Preciso dar uma resposta a esse caluniador. Enquanto vereador, entendo que a ideologia de gênero existe nas escolas e é preciso ter cautela sobre esta questão. Não posso deixar que me acuse de pedofilia e tráfico humano, porque o meu mandato presa pela defesa dos jovens de nossa cidade. Eu tenho uma responsabilidade muito grande com meus alunos. Ontem, esta Casa aprovou uma matéria que demonstra a preocupação do nosso mandato com os jovens de nossa cidade. Em pleno mês da campanha de combate ao suicídio, implantamos uma semana para conscientizar nossa população sobre a depressão dos jovens, que muitas vezes é imperceptível e pode levar ao suicídio. Não posso deixar macularem meu mandato, nem a Igreja Católica, uma das instituições que mais salva vidas pelo mundo”, comentou Carlão.

Em apartes, o vereador João Almeida (Solidariedade) disse que as declarações devem ser levadas à Justiça para que haja investigação sobre o assunto. Já os vereadores Sandra Marrocos (PSB) e Marcos Henriques (PT) defenderam o profissionalismo do assistente social Tárcio Teixeira, alegando que ele é um estudioso sobre as questões sociais relevantes para a sociedade. Para eles, o pessolista não acusou os parlamentares de incitarem a pedofilia e o tráfico humano, apenas fez uma reflexão de que ações políticas conservadoras e retrogradas poderem favorecer essas atitudes, por não debaterem com responsabilidade e profundidade essas questões com os jovens.