Vereadores repercutem absolvição de ex-prefeito da Capital na Operação Confraria

por Clarisse Oliveira publicado 13/11/2019 16h30, última modificação 13/11/2019 16h38
Colaboradores: Fotos: Olenildo Nascimento
Leo Bezerra (PSB) e Milanez Neto (PTB) usaram a tribuna da Casa para comemorar a decisão judicial. Eles ainda debateram sobre emendas impositivas

Os vereadores Leo Bezerra (PSB) e Milanez Neto (PTB) usaram a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão desta quarta-feira (13), para repercutir a decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que absolveu o ex-prefeito Cícero Lucena Filho, na última terça-feira (12), dos crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, fraude à licitação, superfaturamento e corrupção, na operação que ficou conhecida como Confraria.

“Essa decisão está sendo bem divulgada, mas não tanto quanto merecia ser. Não há reparação suficiente a um dano causado a um cidadão que sofreu, e sofre até hoje, quando lembra do processo. Não há dinheiro no mundo que repare a dor que ele sofreu durante 15 anos”, afirmou Leo Bezerra, lembrando que seu pai, Hervásio Bezerra; o pai de Thiago Lucena (PMN), Potengi Lucena (in memorian); e o pai de Milanez Neto (PTB), Fernando Paulo Pessoa Milanez; trabalharam na gestão de Cícero Lucena. “Hoje passou um filme em nossas cabeças, nós vivemos aquela operação”, relatou.

O vereador Milanez Neto (PTB) afirmou que a absolvição de Cícero Lucena foi justa. “Ontem, tivemos mais uma vitória importante na vida do cidadão, do pai de família, do esposo, do tio, do ex-governador, do ex-senador, do ex-prefeito, do construtor e empresário Cícero Lucena Filho. Está provado que colheita chega, mesmo que tardia. A colheita, hoje, chegou para ele. Sei que não vai sarar as dores e feridas construídas ao longo do tempo, mas vai lhe dar o sono dos justos, vai fazer os acusadores de ontem terem que se curvar a uma decisão judicial, que para seus amigos, nunca gerou dúvidas de que iria acontecer”, declarou. 

Pequeno expediente

Durante o Pequeno Expediente da sessão ordinária, a vereadora Raíssa Lacerda (PSD) e os vereadores Luís Flávio (PSDB), Mangueira (MDB), Bruno Farias (Cidadania), Thiago Lucena, Lucas de Brito (PV), Bosquinho (PSC) e Carlão (DC) também comemoraram a decisão que absolveu Cícero Lucena. “Finalmente foi reestabelecida a verdade dos fatos. Na época, foi tudo muito comentado, a prisão dele foi um fato político que assustou a cidade. Estamos muito felizes por termos acreditado na Justiça Federal”, comentou o vereador Luís Flávio.

“Nada apaga os dramas vividos por Cícero Lucena em meados dos anos 2000. Mas ele, como homem de fé que sempre acreditou na verdade, não se abalou, cultivou o dom da paciência como poucos, e soube esperar o tempo necessário para que a justiça fosse proclamada”, salientou Bruno Farias, atribuindo as qualidades de homem honesto, probo e decente ao ex-prefeito e ex-senador da Paraíba.

Emendas impositivas

Em pronunciamento, o vereador Leo Bezerra ainda demonstrou descontentamento em ter requerimento, de sua autoria, que solicitava audiência pública para debater a LOA 2020 com a equipe orçamentária da Casa, derrubado pela maioria dos parlamentares, na sessão desta quarta-feira (13). A justificativa para a rejeição do requerimento foi que a peça orçamentária já havia sido debatida na manhã da última terça-feira (12), e que também já havia sido realizado um treinamento para a elaboração de emendas pela equipe técnica da CMJP.

Segundo Leo Bezerra, a audiência proposta seria para debater o destino dos recursos das emendas impositivas, caso a Proposta de Emenda à Lei Orgânica (PELO) nº 8 seja aprovada. A proposta modifica o percentual de recurso atribuído às emendas individuais dos parlamentares e obriga sua execução a partir de 2021. “A secretária Daniella Bandeira afirmou que viria à CMJP qualquer hora ou encaminharia servidores da pasta para discutir. Queria, nessa audiência com a equipe técnica, encontrar uma saída, montar um denominador comum. Eu tentei”, desabafou. 

O vereador Milanez Neto afirmou que não tem dificuldades em dialogar. “Para o bem da Casa e para o bem da cidade, não tenho dificuldade em tratar sobre qualquer assunto. O encaminhamento para a derrubada do requerimento, que fiz hoje, foi algo extremamente pontual. Não consigo enxergar motivo para requerimento, quando podemos fazer uma audiência pública pela Comissão de Finanças e Orçamento da Casa”, justificou.

Já o relator da LOA, vereador Carlão, propôs uma reunião interna. “Faço um convite a Leo Bezerra. Eu, como relator, posso entrar em contato, trazer uma pessoa da Prefeitura e chamar os servidores da Casa para conversarmos no meu gabinete ou no seu”, sugeriu. Leo afirmou que não tem problemas em dialogar dessa forma. “Poderíamos ter feito em audiência pública, ou a situação ter proposto isso antes de derrubar meu requerimento. Mas, primeiro derruba, mostra que tem força, e depois pede para conversar. Não tenho problema nenhum em conversar”, afirmou.