Vereadores repudiam xingamentos de delegado civil a mulheres petistas

por Clarisse Oliveira — publicado 02/04/2019 21h00, última modificação 29/06/2019 00h07
A vereadora Sandra Marrocos (PSB) trouxe a discussão durante o Pequeno Expediente, na sessão ordinária desta quarta-feira (3)

A vereadora Sandra Marrocos (PSB) trouxe para a discussão no plenário da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na manhã desta quarta-feira (3), xingamentos de baixo calão que foram proferidos pelo delegado civil Francisco Azevedo direcionados a mulheres petistas. Na postagem, o delegado lembra do tempo de militância, em 1996, e classifica mulheres do partido como “safadas e rodadas”.

“Gostaria de repudiar a atitude do delegado de polícia Francisco Azevedo. Vou fazer contato com as mulheres do PT e entrar com uma representação contra os absurdos que ele escreveu em suas redes sociais sobre as mulheres do partido. Também vou solicitar que ele seja exonerado da polícia, pois isso é uma atitude misógina”, classificou a parlamentar.

“Isso mexe com a nossa identidade de mulheres, depois com a nossa sexualidade e com a vivência dela com toda liberdade que nos é permitida. Querem nos desqualificar. Não sou petista, mas sou mulher. E, se alguém está achando bonito, lembre-se de que as mulheres, suas filhas, irmãs e mães passam pelas mesmas coisas”, afirmou Sandra Marrocos.

O vereador Carlão (DC) afirmou que as redes sociais e a internet de um modo geral são ambientes nocivos, mas que é possível escolher seus usos para o bem ou para o mal. “Foi um grande ato de infelicidade desse rapaz”, classificou.

“Se ele não fosse mandatário de um cargo público, o veria como um desqualificado, que usa as redes sociais para falar o que quer. Como uma pessoa pública escreve algo tão monstruoso? Minha mãe é petista, assim como minha esposa. Por isso vemos tanta misoginia, por conta de figuras como essa, que acham que masculinidade é tudo na vida”, declarou Marcos Henriques (PT).

O vereador Humberto Pontes (Avante), que é perito criminal da Polícia Civil, confessou que ficou abismado com o relato. “Como membro da Polícia Civil posso dizer que isso não representa o pensamento dos delegados, dos agentes e de ninguém que integra a unidade. Gostaria de pedir desculpas em nome da Polícia Civil do Estado da Paraíba”, enfatizou.