Coronavírus hoje: Brasil registra a maior marca de novos casos desde setembro e média de mortes tem alta de 54%

por Damião Rodrigues publicado 25/11/2020 13h55, última modificação 25/11/2020 14h00

25.11.2020 às 12h55

 

O Brasil registrou 170.194 mortes por coronavírus confirmadas até as 8h desta quarta-feira (25), de acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.

Na terça-feira às 20h, o balanço indicou 170.179 mortes confirmadas, sendo 638 em 24 horas. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 491. A variação foi de +54% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nas mortes por covid-19.

Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 6.121.449 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 33.445 desses comprovados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 30.350 novos diagnósticos por dia, a maior marca desde 20 de setembro. Isso representa uma variação de +34% em relação aos casos registrados em duas semanas, e também indica tendência de alta.

Segundo dados do Imperial College de Londres, no Reino Unido, a taxa de transmissão do novo coronavírus para esta semana no Brasil é a maior desde maio.

Veja os números consolidados: 170.194 mortes confirmadas; 6.122.527 casos confirmados

Estados Unidos

Os Estados Unidos registraram nas últimas 24 horas quase 173 mil novos casos de covid-19, segundo dados levantados pela Universidade Johns Hopkins. As hospitalizações por causa da doença bateram, pelo 15º dia consecutivo, um novo recorde no país.

No total, com a inclusão das infecções detectadas ontem, o país se aproximou de 12,6 milhões de casos confirmados de covid-19, cifra que vem crescendo em ritmo acelerado nas últimas semanas. Além disso, mais de 2 mil pessoas morreram após serem infectadas pelo vírus. Desde o início da pandemia, a covid-19 já fez quase 260 mil vítimas nos EUA.

O número de pessoas hospitalizadas por causa da covid-19 superou 88 mil na terça-feira, de acordo com o Covid Tracking Project. O total de pacientes que precisam de internação de unidades de terapia intensiva (UTI) ultrapassou a marca de 17 mil, também um novo recorde.

O novo surto está afetando especialmente as regiões Oeste e Sudeste. A Califórnia, Estado mais populoso dos EUA, registrou ontem quase 17 mil novos casos da doença. Nevada também quebrou seu próprio recorde, com mais de 2,8 mil infecções detectadas nas últimas 24 horas. No vizinho Arizona, o número diário de casos foi o terceiro maior desde o início da crise sanitária no país.

Em resposta ao aumento preocupante nas infecções e nas hospitalizações, as autoridades da Califórnia anunciaram que condados onde há alto risco de transmissão da doença teriam que respeitar um toque de recolher noturno. Desta forma, 41 dos 58 condados do Estado, onde vive cerca de 90% da população, estão sob a nova restrição.

As autoridades de saúde também estão preocupadas com o aumento das viagens por causa do dia de Ação de Graças, comemorado amanhã nos EUA. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) recomendou que os americanos ficassem em casa durante o feriado, mas milhões de passageiros já passaram pelos aeroportos do país nos últimos dias. Teme-se que o vírus se espalhe ainda mais pelo país.

União Europeia

Vacina

A farmacêutica Moderna anunciou uma parceria com a Comissão Europeia para a venda de 80 milhões de doses de sua vacina à União Europeia em 2021. O acordo permite à Comissão uma opção para a compra de mais 80 milhões de doses, podendo totalizar 160 milhões de doses em 2021.

As ações da empresa estão em alta de 0,90% no pré-mercado da Nasdaq, negociadas a US$ 99,50.

A Moderna divulgou no último dia 16 que sua vacina contra covid-19 (mRNA-1273) apresentou eficácia de 94,5% nos estudos clínicos de fase 3.

A empresa americana, com sede em Cambridge, no Estado de Massachussetts, já anunciou um acordo semelhante com o Reino Unido. A empresa afirmou também que mantém a projeção de produção de 500 milhões a 1 bilhão por ano a partir de 2021.

Na Europa, a Moderna está trabalhando com seus parceiros em Lonza, na Suíça e Rovi, na Espanha, para fabricação da vacina fora dos Estados Unidos. Esta é uma cadeia de suprimentos dedicada para apoiar a Europa e outros países, exceto os Estados Unidos, que firmam contratos de compra com a empresa.

Se as aprovações forem concedidas, a Moderna espera começar a fornecer a vacina para a União Europeia a partir de dezembro de 2020.

A vacina da Moderna foi desenvolvida com base em RNA, que contém instruções genéticas para a construção da proteína do coronavírus, conhecida como spike, que quando injetada nas células, faz com que elas produzam as proteínas spike, que são liberadas no corpo e provocam uma resposta imunológica.

A vacina da Moderna pode ficar armazenada por seis meses a uma temperatura de 20 graus celsius negativos e até 30 dias em condições normais de refrigeração, entre 2 e 8 graus celsius.

Alemanha

A Alemanha registou hoje (25) novo recorde de mortes por covid-19, com 410 óbitos em 24 horas, e espera-se que haja uma extensão das medidas restritivas atuais sobre a vida pública e econômica do país.

O número de novas infecções em 24 horas foi de 18.633, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI).

Esse número representa mais de mil casos em relação ao registados na quarta-feira da semana anterior, embora esteja abaixo do máximo absoluto de infecções diárias (23.648 casos na sexta-feira passada).

Mais alarmante é o aumento de mortes - 410 em 24 horas - bem acima do recorde diário anterior (315) registrado em meados de abril.

O número total de infeções verificadas pelo RKI desde o início da pandemia sobe, assim, para 961.320 - dos quais se estima que 656.400 pacientes estejam recuperados -, enquanto o número de óbitos sobe para 14.771.

A chanceler alemã, Angela Merkel, terá hoje nova reunião com líderes regionais.

Na semana passada houve uma reunião entre os líderes dos estados federados alemães, mas não foi alcançado um consenso para endurecer as medidas em vigor desde 2 de novembro - como pretendia Merkel - e apenas foi avaliado o número de infecções naquele momento.

Os governos regionais acordaram, em várias rondas de negociações ao nível dos dirigentes dos Länder - Estados Federados -, no início desta semana, estender as medidas em vigor até 20 de dezembro ou mesmo endurecer algumas delas, para aliviar um pouco durante as festividades de Natal e Ano Novo.

Desde 2 de novembro, as casas noturnas, a restauração, eventos culturais e desportivos estão fechados, mas a atividade escolar e a vida comercial permanecem em funcionamento, embora com lotação limitada.

Os cidadãos foram aconselhados a evitar todas as viagens não essenciais, tanto dentro do país quanto no estrangeiro.

A expectativa é que o governo federal concorde com os "Länder" sobre a prorrogação das medidas de restrição e até que endureça algumas delas, mas também que seja aprovada uma prorrogação da ajuda econômica liberada no início do mês para compensar os setores afetados pelos fechamentos.

Essas indemnizações - de até 75% das perdas calculadas em relação à receita de um ano atrás - podem atingir entre 15 milhões e 20 milhões de euros, divulgou nessa terça-feira a imprensa alemã.

Tanto o governo da chanceler Angela Merkel quanto os governos regionais têm sido alertados de que a evolução das infecções não permite, hoje, amenizar as restrições.

Entre as novas medidas que devem ser discutidas na reunião de Merkel está a manutenção do fechamento das casas noturnas, restauração e vida cultural, entre outras, pelo menos até 20 de dezembro.

Prevê-se também que o início das férias escolares do Natal seja antecipado, e a recomendação aos cidadãos é que se submetam voluntariamente a alguns dias de quarentena ou redução dos contatos sociais antes das festas.

Está sendo estudada uma fórmula mista de atividade escolar, entre presencial e pela internet, de modo que os alunos sejam distribuídos em pequenos grupos fixos que alternam a frequência escolar com os deveres em casa.

Para a semana do Natal, e até o final do ano, serão permitidos encontros com até dez pessoas - ou seis, segundo critérios de alguns "Länder" mais restritivos. Da mesma forma, será recomendada - embora não seja proibido -- a ausência de fogos de artifício em festas privadas, principalmente na passagem de ano.

Tóquio

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, disse nesta quarta-feira que pedirá aos donos de restaurantes da capital do Japão que fechem mais cedo por três semanas para ajudar na resposta ao novo surto de covid-19 na região.

Koike informou que restaurantes que aceitarem diminuir o horário de funcionamento, fechando às 22h a partir deste fim de semana, receberão 400 mil ienes (US$ 3,8 mil) em apoio financeiro do governo.

O governo de Tóquio fez um pedido similar a restaurantes e a karaokês em agosto, quando a cidade enfrentou um segundo surto de casos da doença. Grande parte desses estabelecimentos topou fechar mais cedo na capital até meados de setembro.

Na época, as autoridades de Tóquio repassaram 200 mil ienes (US$ 1,9 mil) aos restaurantes em agosto e mais 150 mil ienes (US$ 1,42 mil) pelos dias com horário reduzido no mês seguinte.

Em entrevista coletiva, Koike explicou que não pediu ao governo federal a exclusão de Tóquio de um programa de subsídios a viagens, como solicitado pelos governadores de Hokkaido e Osaka, outras regiões afetadas pelo novo surto da doença.

Ontem, após os pedidos, o governo do primeiro-ministro do país, Yoshihide Suga, decidiu suspender, até 15 de dezembro, novas reservas para viagens a Sapporo, na ilha principal de Hokkaido, e para Osaka, no oeste do Japão.

Koike, no entanto, decidiu suspender a distribuição de cupons de desconto concedidos por outro programa estatal que visa incentivar que os japoneses comam fora de casa.

O pedido de Tóquio para reduzir o horário de funcionamento dos restaurantes veio após a confirmação de 401 novos casos de covid-19 em um único dia, número mais alto desde que o estado de emergência decretado nacionalmente foi suspenso em maio.

Na semana passada, Koike já havia colocado a cidade no nível mais alto de alerta contra a doença.

Venezuela

A Venezuela atingiu, nessa terça-feira (24), 100.143 casos confirmados de covid-19, desde o início da quarentena no dia 13 de março. Nas últimas 24 horas foram registrados mais 308 casos.

Segundo o ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Freddy Ñáñez, há 873 mortes associadas ao novo coronavírus e 94.985 pessoas se recuperaram da doença.

Pelo Twitter, o ministro informou que estão ativos 4.285 casos, dos quais 2.897 de pacientes que se encontram em hospitais, 1.362 em centros de Diagnóstico Integral e 26 em clínicas privadas.

Com 21.007 casos confirmados, a capital Caracas é a região com maior número de casos, seguindo-se os estados de Miranda (12.553), Zúlia (8.829), Táchira (7.972), Apure (5.534), La Guaira (4.979), Yaracuy (4.522), Arágua (4.292), Nova Esparta (3.922), Carabobo (3.621), Bolívar (3.594) e Lara (3.291).

Seguem-se Mérida (2.953), Sucre (2.125), Barinas (1.793), Anzoátegui (1.749), Monágas (1.231), Trujillo (1.215), Falcón (1.039), Portuguesa (966), Cojedes (776), Amazonas (743), Guárico (721) e Delta Amacuro (689).

Segundo os dados oficiais, o arquipélago de Los Roques teve até agora quatro casos do novo coronavírus.

Quarentena radical

A Venezuela iniciou segunda-feira (23) uma semana de "quarentena radical", para que a partir de 1º de dezembro haja um período de um mês de flexibilização generalizada em todo o país, devido às festas de fim de ano.

A Venezuela está, desde 13 de março, em estado de alerta, o que permite ao Executivo tomar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

No dia 11 de novembro o país autorizou as operações comerciais com o México, a República Dominicana, o Irã, a Turquia e o Panamá.

No dia 23 deste mês, as autoridades venezuelanas anunciaram a abertura do espaço aéreo para voos comerciais para a Rússia e a Bolívia, suspensos desde março de 2020, devido à pandemia.

 

Por Valor, G1, Agência Brasil e RTP 

Fonte:Valorinveste(https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2020/11/25/coronavirus-hoje-brasil-registra-a-maior-marca-de-novos-casos-desde-setembro-e-media-de-mortes-tem-alta-de-54percent.ghtml)